Cuidado com o “breadcrumbing”: talvez
você seja vítima (ou praticante!)
Mais um
termo da língua inglesa começa a ganhar popularidade em nosso idioma:
“breadcrumbing”.
A tradução é algo como
“espalhar migalhas de pão” – sim, a inspiração vem diretamente do conto
infantil “João e Maria”. O termo “breadcrumbs” (“migalhas de pão”) já era usado
no jargão cibernético em referência à estrutura de navegação em sites da internet,
mas o sentido da expressão “breadcrumbing” (“espalhar migalhas de pão”) é
diferente: ela indica a prática de ir espalhando “sinais de interesse” por
outra pessoa, mas sem ter qualquer intenção de estabelecer um relacionamento
sério com ela.
Os
adeptos do “breadcrumbing” são aquelas pessoas que, por exemplo, ficam mandando
mensagens reservadas e “curtindo” as postagens de alguém nas redes sociais como
se estivessem sugerindo um interesse especial que vai além da amizade – mas sem
passar nunca para um relacionamento amoroso real. Existe a insinuação de
interesse, mas não existe a concretização.
A pessoa que recebe os supostos
“sinais de interesse” fica alimentando expectativas apenas para se ver
frustrada – sem falar no fato de que ela perde oportunidades de relacionamento
sério porque está presa ao inútil aguardo de algum passo concreto do
“espalhador de migalhas”.
E o que leva tanta gente a
praticar o “breadcrumbing”?
As motivações podem ser
diversas: de simples imaturidade, insegurança e indecisão até o consciente
desejo de manter controle sobre a outra pessoa e, com isso, alimentar o próprio
ego. Em qualquer dos casos, o “breadcrumbing” é um jogo inconsequente e
irresponsável de aparências, manipulação e engano culpável: ele afeta um ser
humano que está sendo induzido a alimentar esperanças ilusórias – e essa ilusão
poderá, nos casos mais sérios, provocar grandes sofrimentos.
Manipulação também no âmbito
profissional
Além
das ilusões sentimentais, o “breadcrumbing” vem se tornando uma praga também no
contexto profissional. Supostos “prospectos” se mostram interessados no
trabalho de alguém e começam a solicitar informações, detalhes, exemplos,
períodos de teste sem compromisso, nomes e casos de clientes, orçamentos,
propostas… mas sem intenção alguma de concretizar um verdadeiro relacionamento
profissional. São vampiros que sugam o que podem e depois voam noite adentro.
Trata-se
de um jeito corrupto de induzir profissionais a compartilharem seus
conhecimentos, seus diferenciais e suas habilidades, mas sem remunerá-los de
maneira alguma. Os profissionais são levados apenas a perder tempo e a ceder
recursos valiosos por conta de uma “aparência de interesse”, que, em muitos
casos, era premeditadamente enganosa.
Assim como as vítimas do
“breadcrumbing amoroso”, também as vítimas do “breadcrumbing profissional”
precisam aprender a reconhecer essa prática e a reagir rápido, impondo limites
e exigindo comprometimento efetivo do suposto “interessado”.
O “breadcrumbing” é uma forma
de abuso vastamente comum, mas que ainda não tinha “nome” e, em muitos casos,
não era sequer percebida por boa parte das vítimas como abuso e manipulação. É
o tipo de prática prejudicial que só pode ser combatida mediante a
conscientização e a mudança cultural.
Como ensinou Jesus, “que o
vosso sim seja sim e o vosso não seja não”. É uma regra básica do jogo limpo.
Fonte: pt.aleteia.org
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