terça-feira, 20 de agosto de 2019

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O Custo do Nosso Amor

Retorno muitas vezes, mesmo em pensamento, a uma cena do fílme-testamento de Andrei Tarkovsky, O Sacrifício (Offret, 1986). No dia do aniversário de Alexander, o protagonista da história, o presente mais inesperado (e também mais precioso) é o que lhe é oferecido pelo carteiro: um mapa do século XVII. Surpreendido por aquele gesto, Alexander agradece muito, mas faz questão de devolver o dom ao ofertante, com a objeção de que se trata de uma coisa rara, sem dúvida demasiado custosa. Ele aceitaria quando muito uma lembrança simples. Um presente daquela natureza não poderia receber. Mas o carteiro responde: «Todo o presente é um sacrifício. Caso contrário, como é que poderia ser um dom?» .

A nossa cultura acha que qualquer discurso sobre o sacrifício é repressivo e impopular, e remete-os para debaixo do tapete. O que não admira. Uma cultura que se autorrepresenta como um interminável parque de diversões aposta tudo na infantilização dos sujeitos (ou dos «públicos», como agora se diz). E claro que, no polo oposto, uma mentalidade sacrificial, onde o sacrifício passa a ser a finalidade dele mesmo, se torna também neurótica e estéril. As religiões sabem bem disso, porque têm sido campo favorável para o grassar de visões parciais desse tipo. Talvez precisemos de reinventar novos pontos de equilíbrio e, com isso, de redescobrir que por detrás de tudo o que é grande, belo e verdadeiro está necessariamente o sacrifício, como disponibilidade para assumir o custo do nosso amor. 


Fonte: Tolentino Mendonça, em  ' O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas '. 

terça-feira, 13 de agosto de 2019

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O Aqui e o Agora.

Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efémero. Na verdade, a velocidade com que vivemos impede-nos de viver. Uma alternativa será resgatar a nossa relação com o tempo. Por tentativas, por pequenos passos. Ora isso não acontece sem um abrandamento interno. Precisamente porque a pressão de decidir é enorme, necessitamos de uma lentidão que nos proteja das precipitações mecânicas, dos gestos cegamente compulsivos, das palavras repetidas e banais. 

Precisamente porque temos de nos desdobrar e multiplicar, necessitamos de reaprender o aqui e o agora da presença, de reaprender o inteiro, o intacto, o concentrado, o atento e o uno. Mesmo tendo perdido o estatuto nas nossas sociedades modernas e ocidentais, a lentidão continua a ser um antídoto contra a rasura normalizadora. A lentidão ensaia uma fuga ao quadriculado; ousa transcender o meramente funcional e utilitário; escolhe mais vezes conviver com a vida silenciosa; anota os pequenos tráficos de sentido, as trocas de sabor e as suas fascinantes minúcias, o manuseamento diversificado e tão íntimo.

Fonte: Tolentino Mendonça, em  ' O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas '. 

quinta-feira, 25 de julho de 2019

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A Longevidade e o sentido da vida.

A Logoterapia de Viktor E. Frankl no seu livro – Em busca do sentido – relata em um só fôlego o relato de suas experiências no campo de concentração. Os seus textos profundos sobre a busca do sentido da vida, do propósito e sofrimento, recrudesceram para  eu encontrar o sentido da vida.  Se este homem que após sair do campo de concentração com 40 anos de idade e viver outros 52 anos – portanto, falecer com 92 anos de idade - e nos deixar um legado rico e singular para o ser humano, este modelo inspirou em criar um projeto de vida que contemplava a Longevidade.

Fui contemplado pelo dom divino de ser curioso e agir, estar antenado, em desejar aprender, captar os ensinamentos e aprofundar dois focos que se complementam: a riqueza da vida espiritual  e a Análise existencial. Com certeza, com o tempo os meus limites físicos começaram a aparecer, sintomas diversos e a necessidade de se autopreservar. Quantos esclarecimentos da medicina para aliviar sintomas e ou evitar enfermidades. Fisicamente sente-se, mas o lado espiritual – neste caso, sem o sentido religioso - jamais envelhece. Jamais. Aprender, reapreender, e aprender novamente é um tripé para envelhecer com o vigor e frescor da juventude. Mudar, e aceitar as mudanças. Empreender é outro modelo que nós necessitamos aceitar e desenvolver porque os tempos de CLT acabaram.

No entardecer e crepúsculo da vida encontrei um novo sentido de vida e oportunidade para criar ricos momentos de um futuro melhor que está por vir. A vida oferece oportunidades interiores maravilhosas para reencontrar-se. E neste sentido com 60 anos me formei em Logoterapia e com os meus 70 anos imagino todos os dias colocar a mochila nas costas para aprender o que a escola da vida tem para ensinar. E agir.

Frente a tantos suicídios, desânimo, sofrimentos, vidas que somente existem, vazio existencial, é o meu dever colaborar para expor conceitos da Logoterapia e vivenciar – entre outros - dois pensamentos de Viktor Frankl:

“ O homem sempre procura um sentido para a sua vida ”. 

“ Quando procuramos e descobrimos o verdadeiro sentido de nossa existência e de nossas experiências, entendemos que a vida não apenas passa por nós. Nós passamos pela vida e nós lhe damos significado ”.

A Longevidade encerra por si só fazer a Jornada íntima, o processo de viver, encontrar as nossas essências, vivenciar o reino dos valores e conquistar a Sabedoria.  Nós – os “Perennials ” temos muito para colaborar e ou transmitir, aprender e receber.

Concluindo:

“ É um momento de voltar-me para meu interior, de olhar para mim mesmo. É hora de tirar o melhor proveito do tempo que ainda me resta.

As grades de uma prisão imaginária não são de aço ”.  Rodney Crowell

de: Aureliano

 

terça-feira, 11 de junho de 2019

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Atravessar a Própria Solidão.

A cultura contemporânea deixou de preparar-nos para a solidão. Na maior parte das vezes, essa é uma aprendizagem que temos de fazer em cima dos próprios acontecimentos ou na sua dolorosa ressaca, e de forma muito desacompanhada. É como se a solidão fosse uma eventualidade improvável na experiência humana e não, como é, um ponto de passagem obrigatório e comum.
Lembro-me de uma frase de Truman Capote que transcrevi há anos para um caderno: «Todos estamos sozinhos, debaixo dos céus, com aquilo que amamos.» Em momentos diferentes da vida, tenho regressado a ela, e sinto que ainda não me revelou a extensão integral da sua verdade. 
Esquecemos que todos os dias, mesmo numa vida afetivamente integrada e febrilmente ativa, a solidão nos visita. Estamos sós quando estamos conosco próprios e em companhia. Estivemos sós em crianças, na transbordante juventude e nas décadas da vida adulta, e estaremos assim na nossa velhice. A amizade e o amor são formas de partilhar, diminuir, dar serenidade ou potenciar criativamente a solidão, mas o seu assobio ininterrupto continuará a fazer-se ouvir na ronda magnífica dos amigos ou no abraço redondo dos amantes. Ela perfura tudo. Recordá-lo é humanizar o nosso olhar sobre a realidade. 
Também por esse motivo, gostei muito de encontrar as palavras lúcidas da escritora brasileira Nélida Pinon: «A solidão buscada é o lugar onde melhor aprendi a encontrar-me.» 

Fonte: Tolentino Mendonça ...em 'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas' 

quarta-feira, 5 de junho de 2019

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Sabemos o que é um Amor?


Será que sabemos o que é um amor? T. S. Eliot trabalhou oito anos como empregado bancário no Lloyds, em Londres. Passava os dias no gabinete subterrâneo que lhe estava atribuído, sentindo o tempo inteiro os passos dos transeuntes sobre a sua cabeça. Duas libras esterlinas e dez xelins eram o seu soldo. Cumpria o horário das 9h15 às 17h00 e, numa das primeiras cartas que dali escreveu à mãe, dizia-se feliz por poder dedicar-se à poesia no tempo restante. Mas, à medida que os anos passavam, era como se lhe faltasse o ar. Apanhava o comboio para a City, vestido de escuro, com o guarda-chuva pendurado no braço, o cabelo impecável, com o risco a meio, enfileirado atrás de uma multidão trajando de maneira igual. 

No livro Terra Devastada deixará este registro: «Cidade irreal / Sob o nevoeiro castanho de uma madrugada de inverno, / Uma multidão fluía sobre a Ponte de Londres, tantos, / Eu não pensava que a morte tivesse destruído tantos.»
O poeta Philip Larkin trabalhou como bibliotecário praticamente toda a vida, pois percebeu que não conseguiria subsistir apenas da escrita, por muito que o desejasse. Depois da jornada laboral permanecia em casa, evitando saídas que o dispersassem. Jantava, lavava a louça e punha-se a escrever. 

Será que sabemos o que é um amor? 

Fonte: Tolentino Mendonça, in 'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas' 

quinta-feira, 30 de maio de 2019

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Estranho sentimento, a inveja.


Estranho sentimento, a inveja. E, contudo, tão infiltrado nas relações humanas, tão abrasivo da vida interior, tão capaz de fazer em cacos ambientes (familiares, de trabalho, de amizade). Muitas vezes a inveja é olhada com impotência, como se não houvesse nada a fazer, ou até condescendentemente, porque a verdade é esta: qualquer um de nós, em alguma ocasião, não está livre de incorrer nela. 
Aquele que inveja reveste o seu objeto de uma admiração que tem pouco a ver com a realidade. Imagina que aquilo que o outro possui (inteligência, sucesso, beleza, bens, o que seja) lhe confere uma espécie de onipotência, o coloca a salvo da fadiga de viver, da sua turbulência e dor. A desproporcionada felicidade que sonhamos que há nos outros obsidia-nos, e essa admiração adoecida é experimentada como uma perda pessoal e uma injustiça, numa modalidade tão avassaladora que suscita uma ânsia irreversível de destruição, de cancelamento do outro. A inveja é o sentimento disruptivo em relação a outra pessoa que possui ou desfruta algo desejável - e o impulso do invejoso é eliminar ou estragar o que pensa ser a fonte dessa alegria. O outro deixa de ser um parceiro e torna-se um rival. Deixa de ser uma existência autônoma e diferenciada para andar, na maior parte dos casos sem saber, enredado nos dramas, ficções e combates fantasmáticos do eu. Deixa de constituir a possibilidade criativa de um encontro para viver capturado num ressentimento que invade tudo de mesquinhez e sombra.

Fonte: Tolentino Mendonça, in 'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas' 

quinta-feira, 23 de maio de 2019

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Não Será Tempo de Voltarmos aos Sentidos?


Não somos apenas o nosso corpo, estamos também integrados num corpo social, que solicita, expande e reprime a nossa sensibilidade. Basta ouvir aquele que foi o maior teórico da comunicação do século XX, Marshall McLuhan, para perceber até que ponto isso é aproveitado pela sociedade de comunicação global, para quem o indivíduo passa a ser uma presa. O que diz McLuhan sobre a televisão, por exemplo, é imensamente elucidativo: «Um dos efeitos da televisão é retirar a identidade pessoal. Só por ver televisão, as pessoas tornam-se num grupo coletivo de iguais. Perdem o interesse pela singularidade pessoal.» Se repararmos, os meios que lideram a comunicação humana contemporânea (da televisão ao telefone, do e-mail às redes sociais) interagem apenas com aqueles dos nossos sentidos que captam sinais à distância: fundamentalmente a visão e a audição. Origina-se assim uma descontrolada hipertrofia dos olhos e ouvidos, sobre os quais passa a recair toda a responsabilidade pela participação no real. «Viste aquilo?», «já ouviste a última do...»: os nossos quotidianos são continuamente bombardeados pela pressão do ver e do ouvir. O mesmo se passa com a locomoção: seja a pilotar um avião, a conduzir um automóvel, ou seja o peão a deslocar-se nas artérias das cidades modernas, o fundamental são os sentidos que colhem a informação visual e sonora. Nem será necessário lembrar que não é assim em todas as culturas. Esta sobrecarga sobre os sentidos que captam o que está mais afastado de nós esconde o subdesenvolvimento e a pobreza em que os outros são deixados. Ao mesmo tempo que floresce a indústria dos perfumes, desaprendemos a distinguir o aroma das flores. Por mais que isso seja dez mil vezes mais prático, passar pela frutaria do inodoro hipermercado não é a mesma coisa que atravessar a catedral de aromas de um pomar. E de modo semelhante com os outros sentidos que implicam proximidade: o paladar e o tato. Hoje, só os profissionais arriscam provas cegas das comidas ou bebidas. Mas, mesmo aí, são cada vez mais os olhos que comem, pelo investimento no impacto decorativo dos pratos, pelo requinte do design ou pela manipulação do próprio sabor. Para não falar do tato. A nossa distância da natureza é tão grande que deixamos de saber coisas tão elementares como caminhar descalço, dobrar-se na clareira e afastar mansamente as folhas da fonte para beber devagarinho, ou acariciar a vida desprotegida que se avizinha de nós. Assim nos tornamos os «analfabetos emocionais» que somos, resumia o cineasta Ingmar Bergman. Não será tempo de voltarmos aos sentidos? Não será esta uma oportunidade propícia para os revitalizarmos? Não é chegado o instante de compreender melhor aquilo que une sentidos e sentido?

Fonte: Tolentino Mendonça, in 'A Mística do Instante' 

terça-feira, 14 de maio de 2019

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Controlar a Vida a 360 Graus.


Vivemos numa sociedade dominada cada vez mais pelo mito do controle. E o seu postulado dogmático é este: a receita para uma vida realizada é a capacidade de controlá-la a 360 graus. Não percebemos até que ponto uma mentalidade assim representa a negação do princípio de realidade. Isto para dizer como somos pouco ajudados a lidar com a irrupção do inesperado que hoje o sofrimento representa. Sentimos a dor como uma tempestade estranha que se abate sobre nós, tirânica e inexplicável. Quando ela chega, só conseguimos sentir-nos capturados por ela, e os nossos sentidos tornam-se como persianas que, mesmo inconscientemente, baixamos. A luz já não nos é tão grata, as cores deixam de levar-nos consigo na sua ligeireza, os odores atormentam-nos, ignoramos o prazer, evitamos a melodia das coisas. Damos por nós ausentes nessa combustão silenciosa e fechada onde parece que o interesse sensorial pela vida arde. « A dor é tão grande, a dor sufoca, já não tem ar. A dor precisa de espaço », escreve Marguerite Duras nas páginas autobiográficas do volume a que chamou « A Dor ». E descobrimo-nos mais sós do que pensávamos no meio desse incêndio íntimo que cresce. Nas etapas de sofrimento a impotência parece aprisionar enigmaticamente todas as nossas possibilidades. E colocamos em dúvida que este limitado corpo que somos seja o lugar para viver a nossa aventura total ou um fragmento dela que seja significativo. Precisaríamos de recursos que nos capacitassem a vivenciar a incapacidade, provocada pela dor, com outro ânimo e outro olhar.

 Fonte: Tolentino Mendonça, in 'A Mística do Instante' 

terça-feira, 7 de maio de 2019

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A Nossa Maior Crueldade é o Tempo.

A nossa maior crueldade é o tempo. Como um fabricante de armadilhas desajeitado que acaba sempre prisioneiro das engrenagens que produz, também nós inventamos o tempo e nunca temos tempo. Os nossos relógios nunca dormem. Quantas vezes o tempo é a nossa desculpa para desinvestir da vida, para perpetuar o desencontro que mantemos com ela? Como não temos diante de nós os séculos, renunciamos à audácia de viver plenamente o breve instante. A imagem de crono, devorando aquilo que gera, obsidia-nos. O tempo consome-nos sem nos encaminhar verdadeiramente para a consumação da promessa. Nesse sentido, o consumo desenfreado não é outra coisa que uma bolsa de compensações. As coisas que se adquirem são naquele momento, obviamente, mais do que coisas: são promessas que nos acenam, são protestos impotentes por uma existência que não nos satisfaz, são ficções do nosso teatro interno, são uma corrida contra o tempo. A verdade é que precisamos reconciliar-nos com o tempo. Não nos basta um conceito de tempo linear, ininterrupto, mecanizado, puramente histórico. O continuum homogéneo do tempo que a teoria do progresso desenha não conhece a rutura trazida pela novidade surpreendente. E a redenção é essa novidade. Precisamos identificar uma dupla significação no instante presente. O presente pode ser uma passagem horizontal, quantitativa, na perspetiva de uma realização entre este instante e o que lhe sucede. Mas o presente tem também um sentido vertical que requalifica o tempo, abrindo-o à eternidade. É o tempo qualitativo, epifânico. 

 Tolentino Mendonça, in 'A Mística do Instante'.  

terça-feira, 30 de abril de 2019

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O Amor é o caminho que nos leva à Esperança.


O amor é o caminho que nos leva à esperança. E esta não é uma espécie de consolação, enquanto se esperam dias melhores. Nem é sobretudo expectativa do que virá. Esperar não significa projetar-se num futuro hipotético, mas saber colher o invisível no visível, o inaudível no audível, e por aí fora. Descobrir uma dimensão outra dentro e além desta realidade concreta que nos é dada como presente. Todos os nossos sentidos são implicados para acolher, com espanto e sobressalto, a promessa que vem, não apenas num tempo indefinido futuro, mas já hoje, a cada momento. A esperança mantém-nos vivos. Não nos permite viver macerados pelo desânimo, absorvidos pela desilusão, derrubados pelas forças da morte. Compreender que a esperança floresce no instante é experimentar o perfume do eterno.

Fonte: Tolentino Mendonça, in 'A Mística do Instante' 

terça-feira, 23 de abril de 2019

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Viver em Estado de Amor


Respirar, viver não é apenas agarrar e libertar o ar, mecanicamente: é existir com, é viver em estado de amor. E, do mesmo modo, aderir ao mistério é entrar no singular, no afetivo. Deus é cúmplice da afetividade: onipotente e frágil; impassível e passível; transcendente e amoroso; sobrenatural e sensível. A mais louca pretensão cristã não está do lado das afirmações metafísicas: ela é simplesmente a fé na ressurreição do corpo.
O amor é o verdadeiro despertador dos sentidos. As diversas patologias dos sentidos que anteriormente revisitamos mostram como, quando o amor está ausente, a nossa vitalidade hiberna. Uma das crises mais graves da nossa época é a separação entre conhecimento e amor. A mística dos sentidos, porém, busca aquela ciência que só se obtém amando. Amar significa abrir-se, romper o círculo do isolamento, habitar esse milagre que é conseguirmos estar plenamente connosco e com o outro. O amor é o degelo. Constrói-se como forma de hospitalidade (o poeta brasileiro Mário Quintana escreve que «o amor é quando a gente mora um no outro»), mas pede aos que o seguem uma desarmada exposição. Os que amam são, de certa maneira, mais vulneráveis. Não podem fazer de conta. Se apetece cantar na rua, cantam. Se lhes der para correr e rir debaixo de uma chuvada, fazem-no. Se tiverem subitamente de dançar em plena rua, iniciam um lento rodopio, sem qualquer embaraço, escutando uma música aos outros inaudível. E o amor expõe-nos também com maior intensidade aos sofrimentos. Na renovação do interesse e da entrega à vida que o amor em nós gera tocamos mais frequentemente a sua enigmática dialética: a sua estupenda vitalidade e a sua letalidade terrível. Mas, como dizia o romancista António Lobo Antunes, «há só uma maneira de não sofrer: é não amar». Mas não é o sofrimento inevitável a todo o amor que impede a vida. O obstáculo é, antes, o seu contrário: a apatia, a distração, o egoísmo, o cinismo. 


Fonte: Tolentino Mendonça, in 'A Mística do Instante'. 

terça-feira, 9 de abril de 2019

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A Rotina não Basta ao Coração do Homem.

A rotina começa por ser um esforço de regularidade nos vários planos da existência, esforço que, temos de dizer, é em si positivo.

A vida seria impossível se o eliminássemos de todo. As rotinas têm um efeito saudável: tornando o quotidiano um encadeado de situações expectáveis, permitem-nos habitar com confiança o tempo. Mas o que começa por ser bom esconde também um perigo.

De repente, a rotina substitui-se à própria vida. Quando tudo se torna óbvio e regulado, deixa de haver lugar para a surpresa. Cada dia é simplesmente igual ao anterior. A nossa viagem passa para as mãos de um piloto automático, que só tem de aplicar, do modo mais maquinal que for capaz, as regras previamente estabelecidas. Os sentidos adormecem. Bem podem os dias ser novos a cada manhã ou o instante abrir-se como um limiar inédito, que nunca os cruzaremos assim. Os nossos olhos sonolentos veem tudo como repetido. E, sem nos darmos conta, acontece-nos o que o salmo bíblico descreve a propósito dos ídolos: «Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem./ Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram./ Têm mãos, mas não palpam» (SI 115,5-7).

Podemos equivocadamente pensar que nos é possível viver assim.

Mas chega a estação, como recorda o livro do Eclesiastes, em que «a vista não se sacia com o que vê, nem o ouvido se contenta com o que ouve» (Ecl 1,8). A rotina não basta ao coração do homem. 

O grande desafio é, em cada dia, voltar a olhar tudo pela primeira vez, deslumbrando-se com a surpresa dos dias. É reconhecer que este instante que passa é a porta por onde entra a alegria. Mas para isso teremos de recuperar a sensibilidade à vida, à sua desconcertante simplicidade, ao seu canto frágil, às suas travessias. 

A vida que nos havíamos habituado já a consumir no relâmpago que dura um fósforo, sem ouvi-la verdadeiramente, sem conspirar para a sua plenitude. Para responder à pergunta sobre o sentido que a dada altura nos assalta («a vida que levo que sentido tem?») é indispensável uma pedagogia de reativação dos sentidos.

Fonte: José Tolentino Mendonça, em  “ A Mística do Instante ” .


terça-feira, 2 de abril de 2019

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Estamos no Exílio: sobre o Vazio Interior.


As pessoas sentem-se infelizes e não sabem o porquê. Elas sentem que algo está errado, mas não sabem apontar exatamente o quê. Elas se sentem desconfortáveis no mundo, confusas e frustradas, alienadas e afastadas, e elas não podem explicar. Elas têm tudo, e ainda querem mais. E quando conquistam, sentem-se ainda vazias e insatisfeitas. Elas querem felicidade e paz, e nada parece trazer. Elas querem realização, e nunca parece vir. Tudo está bem, e ainda assim tudo está errado. Isto é uma doença mundial. As pessoas estão cobertas pela atividade frenética e a corrida sem fim. Elas estão enterradas em atividades e eventos. Estão cercadas por programas de televisão e jogos. Mas quando o movimento cessa e a tela é desligada e tudo está tranquilo... então a ansiedade se instala, e a falta de sentido de tudo isso, e o tédio e o medo.   Por que isto é assim

Porque não estamos realmente em casa. Estamos no exílio. Estamos alienados e afastados de nossa verdadeira pátria. Nós não estamos com Deus, nosso Pai na terra dos vivos. Estamos espiritualmente doentes. E alguns de nós já estão mortos.

Nossos corações são feitos para Deus, disse Santo Agostinho, e nós estaremos sempre inquietos até que descansemos n'Ele. Nossas vidas são feitas para Deus, e vamos estar insatisfeitos e descontentes e frustrados até que voltemos para Ele. Somente Ele pode preencher nosso grande Vazio Interior, dar-nos a Paz, porque Ele é nosso Lar e nós somos d'Ele.

A Quaresma é o tempo para o nosso retorno consciente ao nosso verdadeiro lar. É o tempo reservado para voltarmo-nos para nós mesmos, erguer-nos e irmos na direção da realidade divina a que realmente pertencemos.

Fonte: www.
oracaodejesus.com

terça-feira, 26 de março de 2019

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" As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem."

" Apaixonar-se por Deus é o maior de todos os romances; procurá-lo, a maior de todas as aventuras; encontrá-lo, a maior de todas as conquistas humanas."

“ Tudo fora de nós flutua com as tempestades e tentações deste mundo. Mas temos um Deserto Interior onde recolher-nos e viver de nossa fé.”

Santo Agostinho

Fonte: www.oracaodejesus.com

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

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“ O amor cura, o ódio mata ”, o conselho de um gênio da medicina.

A lepra na Venezuela teve seu momento mais trágico nos anos 1930. Nessa mesma época, um jovem cientista de origem na Catalunha, lutava para erradicar a doença e, independentemente dos riscos e dificuldades, seguiu para os locais de infecção para tratar os doentes.

Em 1937, o lendário médico venezuelano Martin Vegas, pioneiro nos estudos da lepra, convidou Convit para visitar a residência Cabo Blanco, no Estado de Vargas, onde centenas de pacientes com hanseníase estavam hospedados.
Naquela época, a doença ainda era motivo de preconceito. Os leprosos eram trancafiados pelas autoridades.

Jacinto Convit (1913-2014), também conhecido como “José Gregorio Hernández de La Pastora”, foi um médico venezuelano, pesquisador meticuloso e dermatologista do Hospital Vargas de Caracas.
Lá, até quase os seus 100 anos de idade, ele trabalhou intensamente, com entrega admirável, onde se ocupou também do câncer da mama, a segunda principal causa de morte na Venezuela.
Em uma ocasião nós o entrevistamos e passamos uma manhã inteira com ele. Naquela época, tinha 92 anos de idade e apresentava agilidade e lucidez de uma pessoa 50.
“Eu só peço a Deus para me conceder um par de anos para ajudar a encontrar a vacina contra o câncer de mama”, disse então. Ele morreu aos 100 anos de idade sem atingir seu nobre propósito, mas deixou avanços muito importantes que seus sucessores continuam a desenvolver.

Este famoso médico e cientisto ficou conhecido pelo desenvolvimento de uma vacina contra a lepra. Recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica em 1987 e foi nomeado para o Prêmio Nobel da Medicina em 1988.

O trabalho do Dr. Convit foi incansável e suas horas foram gastas entre o laboratório e o cuidado de seus pacientes, que ele nunca abandonou. Eles vinham de todos os lugares. Esperavam à sua porta, e ele saía para animá-los e assegurar-lhes que logo seriam atendidos. Deu-lhes sempre um tratamento digno, independentemente de sua condição social.

Na sua idade avançada, ele ainda tratava de cerca de vinte pacientes por dia, além de conduzir uma equipe de pesquisa de primeira linha que ele havia criado e formado. E ainda orientava pesquisadores atuando como professor emérito.

Quando lhe perguntei qual era o segredo de sua vitalidade e lucidez invejável, sem hesitar, ele disse solenemente: “o amor cura, o ódio mata; nunca odeie, ame e você verá que a vida flui como água cristalina”. Foi assim que esse ser humano extraordinário falou, um homem que passou quase um século curando doentes na Venezuela.


Fonte: https://pt.aleteia.org/



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

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Zygmunt Bauman: Vivemos Tempos Líquidos. Nada é para durar.

Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, etc. Tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar de boa parte das pessoas, cuja marca principal é a ausência de comprometimento. Este texto tem como base a ideia do “ ser líquido ”, característica presente nas relações humanas atuais. Inspirado na obra “ Amor Líquido ” – sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman. As relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz. Seja real ou virtual.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. Aos 87 anos, seus livros venderam mais de 200 mil cópias. Um resultado e tanto para um teórico. Entre eles, “ Amor liquido ” é talvez o livro mais popular de Bauman no Brasil. É neste livro que o autor expõe sua análise de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “ modernidade líquida ”. Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água.
Bauman tenta mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva, já que todos querem relacionar-se. Entretanto, não conseguem, seja por medo ou insegurança. O autor ainda cita como exemplo um vaso de cristal, o qual à primeira queda quebra. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
É um mundo de incertezas, cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual e com a facilidade de “ desconectar-se ”, as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar-lhes a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, ou seja, caso haja defeito descarta-se – ou até mesmo troca-se por “ versões mais atualizadas ”.
O romantismo do amor parece estar fora de moda, o amor verdadeiro foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas as quais se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “ fazer amor ”. Não existem mais responsabilidades de se amar, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas não sabem direito o seu real significado.
Ainda para tentar explicar a relações amorosas em “ Amor Líquido ”, Bauman fala sobre “ Afinidade e Parentesco.” O parentesco seria o laço irredutível e inquebrável. É aquilo que não nos dá escolha. A afinidade é ao contrário do parentesco. Voluntária, esta é escolhida. Porém, e isso é importante, o objetivo da afinidade é ser como o parentesco. Entretanto, vivendo numa sociedade de total  “ descartabilidade ”, até as afinidades estão se tornando raras.
Bauman fala também sobre o amor próprio: o filósofo afirma que as pessoas precisam sentir que são amadas, ouvidas e amparadas. Ou precisam saber que fazem falta. Segundo ele, ser digno de amor é algo que só o outro pode nos classificar. O que fazemos é aceitar essa classificação. Mas, com tantas incertezas, relações sem forma – líquidas – nas quais o amor nos é negado, como teremos amor próprio? Os amores e as relações humanas de hoje são todos instáveis, e assim não temos certeza do que esperar. Relacionar-se é caminhar na neblina sem a certeza de nada – uma descrição poética da situação.
“ Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis […] um é segurança e o outro é liberdade. Você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. […] Cada vez que você tem mais segurança, você entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade, você entrega parte da segurança. Então, você ganha algo e você perde algo ”, afirma o filósofo.






terça-feira, 29 de janeiro de 2019

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A direção de sua vida é marcada por seus valores, não por seus objetivos.

Artigo traduzido e adaptado de La Mente es Maravillosa.

Que impressão você gostaria de deixar quando tudo acabar? Às vezes bate aquela sensação de que não temos o controle. Parece que somos um grande ônibus seguindo as indicações dos passageiros que nos acompanham naviagem. Acatamos decisões que as pessoas nos recomendam e acabamos por tomar outra direção, bem diferente da que tomaríamos se seguíssemos a intuição dos nossos valores.

A insegurança é uma bagagem que pesa demais, pesa no corpo e aprisiona o espírito, arranca a liberdade, o gosto por ser livre. O inseguro quase nunca está certo de suas decisões e se torna dependente de que outros as tomem por ele.

Nisso a vida vai passando, o tempo correndo veloz sem esperar por ninguém.
Porque o tempo não espera, a vida não estaciona a esperar que façamos nossas escolhas com calma.
E é por saber que tudo está em movimento, que a vida corre a galope, que optamos rápido pelo caminho que nos parece mais ideal aos nossos propósitos.

E nisso, independente do resultado, de alguma forma já estaremos perdendo alguma coisa, porque toda escolha implica numa perda, mas nos daremos por satisfeito se os ganhos superarem a perda. E isso é bom quando a decisão partiu da gente, quando não nos orientamos apenas pelas vozes do senso comum, quando não apenas seguimos as placas indicadoras deixadas por
outros.

Você é quem melhor sabe o que é melhor para você, mas a pressão que vem de fora quer te fazer acreditar que não, que o caminho padrão traçado pela sociedade é que é por onde você deve trilhar. Sair desse caminho, tentar uma trilha alternativa, tem um preço que a maioria não está disposta a pagar. Você
está disposto a pagar? talvez esteja, talvez não; pode ser que se atraia mesmo pelo convencional, por seguir no estouro da boiada ainda que tenha que sacrificar seus valores.

Valores são direções de vida

Para começar, um valor não é um resultado em si mesmo, não é um objetivo; um valor não se esgota, está sempre ali. Os valores definem as palavras que você vai usar para moldar o argumento de sua vida: aceitação, persistência, ordem, conformidade, imparcialidade ou intimidade. Uma longa lista composta de direções que permite decidir quais metas são as que realmente importam.
Portanto, uma vida valiosa é o resultado de agir a serviço do que você realmente valoriza. O problema é que muitas vezes não sabemos identificar quais são esses valores e como eles se relacionam com nossas áreas vitais. 
São nove as principais áreas que compõem a nossa vida: relações familiares, relações íntimas ou de casal, relações sociais, trabalho, educação, lazer, espiritualidade, cidadania e saúde.

“ A maturidade é alcançada quando uma pessoa adia prazeres imediatos por valores de longo prazo ”. -Joshua Loth Liebman-.

Para cada área damos um nível de importância e em cada um agimos de forma diferente para resolver os obstáculos que surgem. No entanto, o caso é que muitas vezes as soluções que implementamos não coincidem com nossos
princípios. É por isso que fazemos coisas que nos arrependemos ou bloqueamos ao tomar decisões. Tudo isso nos leva a nos sentirmos sobrecarregados, exaustos ou perdidos.

Lamentos na hora errada

Bronnie Ware, uma enfermeira canadense, coletou ao longo de vários anos os últimos arrependimentos de seus pacientes na unidade de cuidados paliativos.

Um artigo publicado mais tarde pela Harvard Business Review corroborou isso, há cinco lamentos comuns que se repetem em pessoas que vão morrer:

• Eu gostaria de ter vivido uma vida fiel a mim mesmo e não o que os outros queriam.
• Eu gostaria de não ter trabalhado tanto e ter tido mais tempo com meu parceiro e minha família.
• Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
• Eu deveria ter contatado mais com meus amigos.
• Eu gostaria de ter me feito mais feliz.

As pessoas se arrependem de perder as rédeas de suas vidas, de terem perdido tempo com seus entes queridos, não tendo se expressado para evitar  conflitos com os outros ou por medo. Somos pegos em um conformismo medíocre. Nós enjaulamos nossa rotina e deixamos de lado o tempo e o esforço que merecem o que realmente importa para nós.

A felicidade é uma escolha, o medo da mudança nos prende a hábitos que não produzem satisfação. Passamos mais tempo fazendo os outros acreditarem que somos mais felizes do que realmente somos.

Você escolhe aonde ir.

Pense que a chave está em antecipar essa frustração, encontrar nossos valores e estabelecer objetivos que deem sentido às viagens que escolhermos. Os profissionais da psicologia ajudam as pessoas a passar da fala para a ação. O primeiro passo é identificar seus valores e sua hierarquia com base no momento vital em que você se encontra.

A partir daí, metas de curto e longo prazo são estabelecidas. Ou seja, os valores formarão os pilares sobre os quais estaremos estabelecendo objetivos ao longo do tempo. Objetivos que realmente nos dão sentido e com os quais teremos a oportunidade de nos aperfeiçoar e nos sentirmos confortáveis.

Mais tarde, concretizaremos e planejamos esses objetivos em ações. Esta é a parte que dá mais medo por causa das dificuldades que antecipamos. Fazer mudanças nos causa insegurança e queremos fugir para evitar enfrentá-las. 

Da psicologia trabalhamos ao longo do processo para superar obstáculos e barreiras.

. Pense que não há bem-estar maior do que o alcançado por meio de escolhas próprias.


“ Abra seus braços para mudar, mas não deixe seus valores ”.

-Dalai Lama-

Fonte: Pensar Contemporâneo.